Odeio-te. Odeio-te com todas as forças que tenho neste momento. Odeio-te por tudo aquilo que fizeste, por tudo aquilo que disseste. Por tudo aquilo que passamos, por tudo aquilo que suportamos, por tudo aquilo que vencemos, por todos aqueles que deixamos para trás, por todos aqueles que nos ultrapassaram, odeio-te.
Odeio-te. Odeio todos os momentos que passamos, todas as palavras que dissemos, todas as palavras que sabíamos que não eram precisas ser ditas. Todos os planos que fizemos, toda a força que trocarmos, todo o apoio que à nossa maneira trocamos, todos os segredos que partilhamos, todas as mentiras que suportamos.
Odeio-te. Odeio-te pelo que não foste capaz de me dizer, por aquilo que nunca conseguiste ser, por tudo aquilo que és, por tudo aquilo que nunca serás. Odeio-te pelo teu jeito de ser, pela tua forma de estar, por não conseguires ser aquilo que eu queria. Mas odeio-te ainda mais por teres acordado o urso que hibernava, por teres acordado mas não saberes o que fazer com isso, por teres acordado e teres fugido, por não seres capaz de enfrentar um desafio. Odeio-te.
Odeio-te porque me enganaste, odeio-te porque me iludis-te, odeio-te porque não sabes quando preciso do teu apoio, odeio-te porque não me conheces, odeio-te porque não me vês, odeio-te porque não sabes ver quando preciso de ti, odeio-te porque não sabes quando preciso das tuas palavras, odeio-te porque não consigo ser eu sem te ter comigo. Odeio-te porque me fazes odiar…