Hoje as palavras do dia são:
. Sócrates
. Ingleses
. Comunicado
. e, para mim, consolo.
Passo a explicar: SÓCRATES porque como disse hoje um dos pivôs da SIC radical o país real está parado para ouvir Sócrates. Erro. Sócrates é o assunto do dia porque aquilo que os portugueses mais gostam de assistir é à desgraça dos outros, mesmo que isso possa eventualmente resultar na sua própria desgraça. Mas isso é um pormenor, o que interessa é ver sangue.
Ingleses, porque eles vieram lembrar agora que o caso existe desde 2005. Eles enviaram uma carta rogatória e eles são ultra competentes e que por isso Sócrates é suspeito. Mais são tão competentes que a TVI, noticiou no seu Jornal da Noite a sua própria versão dos factos, fundamentada numa informação obtida junto da polícia inglesa e pela sua interpretação das palavras da PGR.
Comunicado, porque a PGR faz um. O Sócrates faz outro. E, eu à minha maneira com este post acabo também por fazer um. Mas a essência dos comunicados é que não servem para nada.
Consolo: simples, depois de tanto criticar a Justiça em Portugal, o tráfico de influências e as quebras de segredo de justiça, vem agora porque um dos possíveis suspeitos PODERÁ ser o Primeiro-ministro saber-se o que consta de cartas rogatórias, de quem constava em 2005 como suspeitos para os ingleses e informações contrárias às do comunicado da PGR. E, consolo é para mim a palavra do dia também porque afinal não são só os portugueses que são incompetentes porque se a matéria era segredo de justiça como é que pode ser avançada em primeira mão por qualquer uma TV. Se a investigação começou (penso que não, mas admitamos isso) em 2005, ano em que já se apontavam 4 suspeitos portugueses, porquê só 4 anos depois se volta a saber alguma coisa? Por várias razões certamente, mas sem dúvida isto serve para dizer que a justiça portuguesa não é a mais lenta ou não é a única a ser lenta.
Achava importante que em vez de porem o Miguel Sousa Tavares, a Srª Procuradora do MP, o Director da Visão e todos os outros comentadores a emitir opiniões sobre o caso, se explicasse o que realmente se passa, e já agora alguns termos usados, já que para a maioria das pessoas são totalmente desconhecidos.
Existe a presunção de inocência, e aqui aplico essa presunção e até que se prove o contrário para mim o Primeiro-ministro está inocente. Não podemos confundir nunca opiniões políticas com opiniões pessoais e jurídicas.