Percorremos a mesma avenida, subimos e descemos aquela avenida em busca um do outro até à exaustão. Dobramos as mesmas esquinas sem nunca nos esbarrarmos, paramos no nosso sítio na esperança que o outro chega-se. Repetimos esta busca desesperada, dias após dias, sem nunca sentirmos a presença um do outro, sempre sós em busca daquilo que nos faz sentir felizes, que nos faz sorrir.
Até que um dia paramos. Não mais íamos passar os dias a percorrer aquela avenida à espera que surgíssemos na esquina como que por magia. Acabou-se. Exaustos da última caminhada, com o sentimento que seria a última e que mais uma vez não nos descobrimos, sentamo-nos em frente ao mar conformados com a sua imensidão e dizemos: "não acredito que desisti..."
Ao ouvir isto, olhamos um para o outro e finalmente soubemos que nos tínhamos encontrado. Ali, frente a frente, os nossos olhares colaram-se, sabiam que tinham encontrado aquilo por que tanto tinham procurado!