Pensamento Vadio

Outubro 08 2008

Já pensaram que ouvimos a expressão “volto já” várias vezes por dia sem nunca pensarmos no que realmente ela pode significar? Geralmente ouvimos um “até já” vindo de alguém que passados uns minutos volta, que apenas se ausenta por um diminuto período de tempo. Mas o que aconteceria se algumas das pessoas que nos dizem até já o dissessem pela última vez, de uma forma definitiva? Não sei como alguns de nós conseguiríamos controlar as emoções, fazer frente à dificuldade que na maioria das vezes se esconde por detrás de um simples “até já”. Mas, por outro lado, um “ate já” deixa a porta aberta para um regresso que nunca irá acontecer ou que poderá nunca vir a acontecer.

O “até já” é utilizado como forma de muitos cobardes fugirem de uma despedida, de darem conhecimento da sua ausência permanente, claro está que não me refiro a situações do género “Vou tomar café. Ate já”, situação normal no dia a dia. Mas e se essa mesma situação se tornar definitiva, sair para tomar café e nunca mais vermos a pessoa que disse “até já”? O que fazer com tudo o que queríamos dizer, queríamos viver ou que queríamos partilhar? Nada. Não há nada a fazer porque essa pessoa simplesmente se foi embora, foi-se embora e nem sequer teve coragem de dizer que ia embora, não foi capaz de falar sobre si.

Mas o até já pode não ser a fuga física mas a pessoa pode se ir embora e continuar fisicamente ali mesmo ao nosso lado. A pessoa pode simplesmente deixar de existir. E deixa de existir a pessoa que conhecemos e gostamos para ocupar o seu lugar o mesmo corpo com um existir totalmente diferente que nos intriga mas não nos desperta qualquer sentimento, é-nos indiferente.

Na minha opinião se se quer, porque nunca se tem, de ser cobarde que se seja de uma forma que não prolongue o sofrimento de quem fica, que não deixe a pessoa que fica na corda bamba. Na vida ou se é ou não se é. Não deve existir ou ser mais ou menos e por isso se é para ser cobarde que se deixe logo o seu local vago, ou seja, não diga “até já” e sim um “adeus”.

 

Eu, porque volto mesmo, porque não abandono o Pensamento Vadio digo, até já!

 

publicado por pensamentovadio às 20:55

"O misterio não é um muro onde a inteligência esbarra, mas um oceano onde ela mergulha". Mas o pensamento não esbarra esse derruba e segue em frente!
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